LEI Nº 3657, DE 05 DE SETEMBRO DE 1990

  

Dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para o exercício financeiro de 1991.

 

Prefeito Municipal de Colatina, faço saber que a Câmara Municipal de Colatina, do Estado do Espírito Santo, aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

 

CAPÍTULO I

DAS DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

 

Art. 1º - São Diretrizes Orçamentárias gerais as normatizações que se observarão a seguir, para a elaboração dos orçamentos do Município de Colatina, Estado do Espírito Santo, para o exercício financeiro de 1991.

 

 

SEÇÃO I

DAS RECEITAS MUNICIPAIS

 

 

Art. 2° - Constituem as Receitas do Município, aquelas provenientes:

 

I - dos tributos de sua competência;

 

II - de atividades econômicas, que por conveniência vier a executar;

 

III - de transferências por força legal ou de convênios ou instrumentos assemelhados firmados com entidades governamentais e privados, nacionais ou internacionais;

 

IV - de empréstimos e financiamentos autorizados por lei específica;

 

V - de outras fontes de natureza legal.

 

Art. 3° - Para a estimativa da receita serão observados os seguintes pontos de relevância:

 

I - os fatores que influenciam as arrecadações dos impostos, taxas e contribuição de melhoria;

 

II - as alterações da Legislação tributária;

 

III - os índices inflacionários relacionados com as variáveis respectivas, vigentes em junho de 1990, sendo que as correções que serão estabelecidas no projeto-de-lei orçamentária se darão segundo a política econômica do Governo Federal, explicando-se no caso, os critérios adotados;

 

IV - os fatores conjunturais que possam vir a influenciar a produtividade de cada fonte de receita.

 

Parágrafo Único - Será adotada no orçamento fiscal uma reserva de contingência, constante do projeto-de-lei próprio e anexos específicos, que deverá ser usada para reforçar dotações, durante a execução orçamentária, respeitado a aplicação de que trata o artigo 212 da Constituição Federal e artigo 246 da Lei Orgânica Municipal.

 

Art. 4° - O Município poder cobrar preços públicos para ressarcimento de prestação de serviços de natureza comercial ou industrial ou de sua atuação na organização e exploração de atividades econômicas, na forma do artigo 114, § 2° da Lei Orgânica Municipal.

 

Art. 5° - O Município fica obrigado a arrecadar todos os tributos de sua competência.

 

§ 1° - Para o caso de cobrança de contribuição de melhoria, o cálculo para lançamento, cobrança e arrecadação obedecerá a critério que serão levados ao conhecimento da população através de ampla divulgação.

 

Art. 6° - Não serão concedidas isenções fiscais para vigência no exercício de 1991.

 

Art. 7° - A Administração Municipal envidará esforços no sentido de diminuir o volume da Dívida Ativa inscrita, de natureza tributária e não tributária, modernizando a máquina arrecadativa neste pormenor.

 

Art. 8° - Ações básicas serão desenvolvidas para atualização e modernização dos cadastros municipais imobiliários e mobiliários, adotando-se, se necessário, o recadastramento das unidades componentes.

 

Art. 9° - O Município fica obrigado a atualizar a sua legislação tributária e promover os regulamentos que se fizerem necessários.

Art. 10 - No sentido de aumentar a produtividade, para otimização no nível de ingressos de recursos financeiros, serão adotadas medidas para a modernização da máquina fazendária e treinamento dos recursos humanos envolvidos nesta área.

Art. 11 - As receitas oriundas de atividades econômicas exercidas pelo Município terão suas fontes revistas e atualizadas, considerando-se os fatores conjunturais e sociais que possam influenciar as suas respectivas produtividades.

 

 

SEÇÃO II

DOS DISPÊNDIOS MUNICIPAIS

 

 

Art. 12 - Constituem os gastos municipais aqueles destinados à aquisição de bens e serviços para o cumprimento dos objetivos do Município e os cumprimentos de natureza administrativa, financeira, social e setores envolvidos no processo municipal.

Art. 13 - Os valores da despesa serão estimados e projetados obedecendo à política que será adotada pela Administração Municipal, observando-se os índices utilizados para a estimativa da receita e as políticas de desenvolvimento de cada área específica que compõe a estrutura municipal, considerando-se, ainda, o aumento ou diminuição dos serviços prestados; a carga de trabalho estimada para o exercício em que se elabora o orçamento; os fatores conjunturais que possam afetar a produtividade dos gastos e a receita do serviço, quando este for remunerado.

Art. 14 - Não poderão ser fixadas despesas sem que estejam definidas as fontes de recursos financeiros.

Art. 15 - Os gastos de pessoal serão projetados com base na política salarial do Governo Federal e na estabelecida pelo Governo Municipal, escolhendo-se a forma que as adaptar à conveniência das Finanças do Município, respeitando-se as formalidades legais e o limite estabelecido no artigo da Constituição Federal.

 

Art. 16 - O Orçamento do Município conterá obrigatoriamente:

 

I - Recursos destinados ao pagamento do serviço da dívida Municipal;

 

II — Recursos destinados ao Poder Judiciário, para o cumprimento do que dispõe o artigo 100 e parágrafos da Constituição Federal.

 

Art. 17 - Na fixação das despesas dos orçamentos municipais serão observadas as prioridades constantes da Seção II desta Lei e Anexo I, como parte integrante, sendo que as despesas de pessoal e encargos e serviço da dívida, terão prioridade sobre as ações de expansão.

Art. 18 - Os investimentos em fase de execução terão preferência sobre os novos projetos, cuja fonte de recursos seja os ordinários do Tesouro Municipal.

 

Art. 19 - O Poder Executivo, tendo em vista as suas capacidades de endividamento e pagamento, poderá incluir na proposta orçamentária, programa não elencados ou citados nessa Lei, desde que sejam financiados ou conveniados com órgãos governamentais ou privados, nacionais ou internacionais e aprovados por Lei especifica.

 

Art. 20 - O Município poderá firmar convênios ou instrumentos assemelhados, com entidades públicas da Administração Direta ou Indireta, Empresarial Fundacional, bem como de economia mista para desenvolver programas nas áreas de educação, recursos humanos, cultural, meio ambiente, saúde e assistência social.

 

Art. 21 - A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, em termos reais, a criação de cargos ou alteração de estrutura de carreira, bem como admissão de pessoal, a qualquer título só poderá ser feita mediante estudo da viabilidade de atendimento orçamentário e financeiro, até o final do exercício considerado obedecido o limite citado no Artigo 15 desta Lei.

 

Art. 22 - Para efeito de elaboração da proposta orçamentária do Poder Legislativo, a qual dever ser enviada ao Poder Executivo até o dia 10 de setembro de 1990, as despesas de pessoal e encargos observarão o disposto no Artigo 15 desta Lei, no que se refere ao limite máximo de dispêndio, sendo que a fixação das despesas de custeio administrativo e operacional se dará mediante estudo técnico do órgão financeiro da Câmara Municipal, observada a política econômica em desenvolvimento no País.

 

 

SEÇÃO III

DAS PRIORIDADES E METAS DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

 

 

Art. 23 - O Município executará com prioridade, as seguintes ações delineadas para cada setor, como seguem:

 

I - ADMINISTRAÇÃO, PLANEJAMENTO E FINANÇAS:

 

a) - modernização da máquina arrecadativa Municipal;

b) - treinamento de recursos humanos;

c) - atualização e modernização dos cadastros imobiliários e mobiliários;

d) - atualização da legislação tributária e regulamentações próprias;

e) - reformas que se fizerem necessárias na estrutura administrativa;

f) - intensificar e agilizar a elaboração de projetos para captação de recursos financeiros, nas fontes disponíveis;

g) - dinamização do setor de informação e divulgação do Governo Municipal.

 

II - SETOR ECONÔMICO E URBANO:

 

As ações nestes setores constam do Anexo 1, que faz parte integrante desta Lei.

 

Parágrafo Único - Os projetos com execução plurianual deverão constar obrigatoriamente do Plano Plurianual.

 

 

CAPÍTULO II

DO ORÇAMENTO MUNICIPAL

 

 

Art. 24 - A Lei Orçamentária Anual compreenderá as receitas e despesas da administração direta, de maneira a evidenciar a política e programa do Governo Municipal, sendo que em sua elaboração serão obedecidos os princípios da anualidade, unidade, equilíbrio e exclusividade, e na conformidade do disposto no § 2° do Artigo 121 da Lei Orgânica Municipal.

 

Parágrafo Único - No Orçamento Municipal será assegurado a alocação de recursos para financiar a seguridade social, aplicando-se no que couber, as disposições legais vigentes e especialmente, a Lei Complementar que será advinda do Governo Federal na regulamentação da matéria especifica constante da Constituição Federal.

 

Art. 25 - A Lei Orçamentária Anual além dos demonstrativos previstos na Lei Federal n° 4320/64, de 17.03.64, apresentara os seguintes demonstrativos:

 

I - dos recursos destinados à manutenção e ao desenvolvimento do ensino;

 

II - relação contendo todos os projetos e atividades elencados na Lei Orçamentária.

 

Art. 26 - O Orçamento Municipal poderá consignar recursos para financiar, os serviços de sua responsabilidade, a serem executados com entidades de direito privado, mediante meios legais, desde que sejam de conveniência do Governo Municipal e tenham demonstrado padrão de eficiência no cumprimento dos objetivos determinados.

 

Art. 27 - As despesas com custeio administrativo e operacional não poderão ter aumento real em relação aos créditos correspondentes do orçamento de 1990 e os créditos adicionais abertos no exercício corrente, salvo no caso de comprovada insuficiência decorrente da expansão patrimonial, incremento físico dos serviços prestados às comunidades e novas atribuições recebidas no exercício de 1990 e no decorrer de 1991.

 

Art. 28 - Na fixação dos gastos de capital para criação, expansão ou aperfeiçoamento de serviços já criados e ampliados a serem atribuídos aos órgãos municipais, com exclusão das amortizações de empréstimos, serão consideradas as prioridades e metas determinadas no Capitulo I, bem como a manutenção e funcionamento dos serviços já implantados.

 

 

CAPITULO III

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

 

 

Art. 29 – Caberá à Coordenadoria de Planejamento e Orçamento a coordenação na elaboração dos orçamentos de que trata esta Lei, fixando o calendário das atividades inerentes ao processo, devendo incluir reuniões com Secretariado e autoridades envolvidas para discutir o orçamento fiscal.

 

Art. 30 - As prioridades e metas estabelecidas nesta Lei poderão ser ajustadas pelo Executivo desde que justifique as modificações propostas.

 

Art. 31 - A Administração Municipal adotará as providências necessárias para a elaboração do Plano de Desenvolvimento Integrado, ou sua continuidade, nos termos do Artigo 137 da Lei Orgânica Municipal.

 

Art. 32 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as disposições em contrário.

 

 

Registre-se, Publique-se e Cumpra-se.

 

 

Prefeitura Municipal de Colatina, 05 de setembro de 1990.

  

PREFEITO MUNICIPAL  

 

 

 

ANEXO I - INTEGRANTE DO PROJETO DA LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

 

PRIORIDADES PARA ELABORAÇÃO DOS ORÇAMENTOS FISCAL, DA

 

SEGURIDADE SOCIAL E DE INVESTIMENTOS

 

POR UNIDADES ADMINISTRATIVAS

 

 

a) - GABINETE:

 

- Construções de Postos Policiais;

- Ajuda na construção de moradias para policiais residentes no Município;

- Ajuda na implantação do 8° Batalhão da Polícia Militar;

- Ajuda à Polícia Judiciária na manutenção da Delegacia, Necrotério e Instituto Médico Legal;

- Instituição do Plano Diretor Urbano.

 

b) - SECRETARIA MUNICIPAL DE FINANÇAS:

 

- Pagamento da dívida contratada.

 

c) - SECRETARIA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO AGROPECUÁRIO:

 

- Implantação do Horto Florestal Municipal de Colatina;

- Implantação e recuperação do Parque de Exposições da Sede;

- Implantação de Hortas, viveiros de mudas e distribuição de sementes;

- Aquisição de tratores e implementos agrícolas;

- Construção de pesqueiros;

- Arborização das margens de estradas, rios e encostas;

- Preservação do meio-ambiente.

 

d) - SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO E DOS RECURSOS HUMANOS:

 

- Informatização dos serviços municipais;

- Desapropriação de imóveis;

- Compra de repetidores de imagem de televisão para o interior e sede.

 

e) - SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO:

 

- Construção e ampliação de escolas em diversas localidades;

- Desapropriação de imóveis;

- Aquisição de veículos para professores no meio rural.

- Aquisição de equipamentos para as escolas (mesas, carteiras, armários, utensílios de cozinha, eletro-domésticos);

- Remodelação e ampliação da antiga casa da cultura, para servir ao ensino fundamental;

- Implantação de hortas escolares;

- Maratona do saber sobre Colatina.

 

f) - SECRETARIA MUNICIPAL DE OBRAS E DESENVOLVIMENTO URBANO:

 

- Construção do teleférico ou plano inclinado do monumento do Cristo até o centro da cidade;

- Enrocamento e urbanização da antiga área da CVRD;

- Enrocamento e dragagem do Rio Santa Maria;

- Obras de próprios municipais;

- Tratamento de esgotos na sede;

- Construção de calçamentos, praças, muros, escadarias, calçadões, áreas de lazer - sede e interior;

- Construção de galerias e redes de esgotos - sede e interior;

- Fabricação de blocos, manilhas e meio-fio;

- Construção de serviços e redes de água na sede e no interior;

- Canalização de córregos;

- Prosseguimento da implantação do SAMAL;

- Construção de redes de energia elétrica - na sede e no interior;

- Implantação da usina de lixo;

- Reforma geral do Jardim de São Silvano;

- Muro nos cemitérios e ampliação dos mesmos.

 

g) - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE E ASSISTÊNCIA SOCIAL:

 

- Construção e recuperação de casa para pessoas de baixa renda e funcionários municipais;

- Investimentos na área de doação de órgãos e transplantes;

- Compra de rins artificiais para auxiliar na hemodiálise;

- Construção de postos de saúde;

- Auxiliar na construção do pavilhão para doentes mentais;

- Preparar o Município para a Municipalização da saúde;

- Construção de albergue.

 

h) - SECRETARIA MUNICIPAL DE INTERIOR E TRANSPORTES:

 

- Construção de pontes, bueiros e mata-burros;

- Conclusão da ponte sobre o Rio Doce em Itapina;

- Construção de abrigos e sinalização de estradas;

- Transferência do aeroporto local.

 

i) - EQUIPAMENTOS:

 

Dentro dos setores característicos, com sensível necessidade de equipamentos, a Administração Municipal envidará esforços para possibilitar a reforma, aquisição e distribuição tais como: caminhão, patrol, retroescavadeira, pá-mecânica, trator agrícola e outros, participando de consórcios, com ingresso aprovado por Lei específica e, dentro dos estudos pertinentes, com a alocação de recursos próprios e de empréstimos, obedecidas, neste caso, as formalidades legais.

 

Este texto não substitui o original publicado e arquivado na Câmara Municipal de Colatina.